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Arquitetos: LAAR
- Área: 64 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Diego Lizama
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Fabricantes: Procon
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em 2009, ao sul do estado de Yucatán, um grupo de jovens estudantes, filhos de camponeses de língua maia pertencentes à comunidade rural de Dzan, cuja atividade econômica se baseia principalmente em frutas cítricas, impulsionados por seu entusiasmo audacioso para transformar seu mundo, tomou a iniciativa de trabalhar em conjunto para transformar, através da ciência e da cultura, o setor mais vulnerável da sua população: as crianças e os jovens, cujos índices de abandono escolar, toxicodependência e falta de orientação profissional estão aumentando. Foi assim que fundaram a Dzan Scientific Society, uma organização sem fins lucrativos que busca capacitar sua comunidade por meio da construção de projetos de vida com as ferramentas da ciência e da cultura.
Após o início de suas primeiras atividades, rapidamente conseguiram difundir sua missão em muitas famílias, de forma que sua necessidade de espaço já não poderia ser satisfeita com o uso de espaços públicos da cidade, por isso o ejido (propriedade rural de uso coletivo) doa ao grupo juvenil um terreno de um hectare na periferia sul da localidade, cercado por pomares de laranja doce, em uma importante estrada que leva a outras comunidades e cidades mágicas vizinhas.
Dzan é uma das cidades mais antigas de Yucatan, cujas origens são conhecidas através das histórias de Chilam Balam, por ter sido um local de refúgio para os Itza; sob esta premissa surge o Parque da Ciências, um refúgio social que busca se distanciar da conceito de escola tradicional, e construir um universo que cria uma nova realidade emergente através dos pilares da ciência e da cultura. O Parque é protegido por um Jardim Botânico construído pelo trabalho comunitário e cujo esquema é regido por antigas tradições maias: o acesso se dá por um caminho chamado "El Sacbé de la Ciencia", que começa com uma Ceiba, a árvore sagrada dos maias e que leva ao sol nascente, onde acontecem todas as atividades no exterior para, ao final do dia, voltar para casa após o pôr do sol.
Dentro do Jardim Botânico, localiza-se um pavilhão multifuncional cujo partido arquitetônico é configurado por um bloco de serviço e uma sala que se abre de nordeste a sudoeste, como um túnel cujas entradas são grandes janelas para o jardim que, ao mesmo tempo, permitem a extensão do espaço da sala para o exterior, propondo uma reconfiguração em função das necessidades de uso: uma sala de aula, palco ou refúgio. Sua tectônica, que utiliza os sistemas construtivos mais comuns na região, permite a realização de celosías que servem de moldura para jardins verticais, permitindo um conforto climático constante no interior.
O financiamento foi fornecido pelas famílias do município e pela Embaixada da Alemanha no México.
O Parque da Ciência é um marco no desenvolvimento e intercâmbio da comunidade, um ponto de encontro que conseguiu transformar o tecido urbano e social do sul de Yucatán.